sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O autocaravanismo português está a enterrar-se no lodo

Como é sabido fui dirigente do CPA até Janeiro de 2008. Dai para cá fui alvo de toda a espécie de ataques dentro do CPA, muitas vezes com o envolvimento da actual Direcção numa campanha de lavagem da história do Clube. Parece que queriam fazer esquecer o trabalho feito para que não se notasse que não estavam a fazer nada. Nos primeiros meses do ano limitei a minha intervenção pública ao que considerei necessário para repor a verdade dos factos e defender o meu bom-nome. Só recentemente passei a tornar pública a minha apreciação do rumo que o Clube tem vindo a seguir e dos caminhos errantes do autocaravanismo português. Mesmo sobre o dito MIDAP, não obstante a errante adesão do presidente do CPA, só me pronunciei sobre ele 3 ou 4 meses depois de criado, justamente quando se tornou clara para mim a sua razão de ser.

Não tenho conseguido esconder a minha apreensão e o meu desencanto com o rumo do CPA e do autocaravanismo português em geral, do qual o CPA continua (??) a ser o principal suporte institucional. Mas é óbvio que me não assentam as críticas de que tudo ataco, insulto, etc.

Não tenho consciência de ter atacado ninguém que me não tenha previamente ofendido. Sim, confrontei ideias e critiquei duramente comportamentos de pessoas que se tornaram protagonistas do movimento autocaravanista. Mas criticar ideias e comportamentos não é atacar pessoas, e quem se expõe em qualquer domínio da vida pública tem que aceitar ver escrutinados na praça pública os seus comportamentos e o seu carácter moral. Podemos aceitar ter como líder alguém que não nos dá garantias de se comportar como pessoa séria e ponderada?

Na vertiginosa trajectória com que vem conduzindo o autocaravanismo português para o mais espesso dos lodos, o Prof. Doutor Luís Nandin de Carvalho parece ter esbarrado no meu fantasma. De outra forma não consigo entender a insistência com que vai vasculhar no fórum do CPA para encontrar entre as minhas 1200 mensagens algo que possa usar como arma de arremesso. Outras vezes limita-se a atirar a pedra e a esconder a mão, fazendo comentários jocosos ora explícitos ora encobertos e sobretudo insinuações torpes, naquilo que objectivamente configura uma tentativa de assassinato de carácter. Ou seja, o sr. Prof. Nandin de Carvalho (a coberto dos múltiplos pseudónimos em que desdobra a sua personalidade), comporta-se como um inimputável a quem tudo é permitido dizer. Mas se alguém o critica (como é manifesto estou muito bem acompanhado nessa tarefa) clama que é uma injustiça e berra pela polícia. Se não é atendido faz aquele número recorrente da virgem ofendia e ameaça com os Tribunais.

Perante algumas pessoas tem conseguido os seus intentos: amedrontar para que ninguém se atravesse no seu caminho. Bem se vê que apesar de tantas horas que tem passado a ler o que escrevo não consegue entender-me. Eu não me deixo intimidar com ameaças patéticas, nem preciso de me esconder por detrás das penas de falcão nem das almas depenadas do Além. Concordem ou não com o que digo há uma coisa que todos me farão a justiça de reconhecer: eu digo o que tenho a dizer com frontalidade e lealdade, não atiro a pedra e escondo a mão.

O pretexto para a última rábula do Prof. doutor Luís Nandin de Carvalho foi um encontro que promoveu com o deputado Mendes Bota. Agora exibe a cabeça de Ruy Figueiredo nesse encontro como quem exibe um troféu de caça. Vai dai escreve coisas destas (no caso concreto no fórum do CPA):

  • Pela primeira vez o CPA estará pois presente numa reuniao com parlamentares da AR . Repete-se: a acta da Subcomissao de Turismo da AR de 2005, por mim divulgada neste forum, entre outros locais, é verdadeira. A AR nao falsifica documentos oficiais. Ruy Figueiredo nao estava na delegaçao da FCMP. Isto ja foi desmentido pelo próprio em alto e bom som no referido almoço perante testemunhas qualificadas.
  • Daqui resulta que um post que (ainda) se mantem neste forum acusando Decarvalho de mentir, ser mentiroso etc. constitui uma infâmia, uma injuria e uma difamaçao. Tal nao apenas descredibiliza totalmente e mais uma vez o seu autor, mas incrimina-o, isto é, configura mais do que um crime previsto e punivel pelo codigo penal, e por isso uma impressão dessa mensagem ja esta a caminho do processo em curso e pendente no DIAP.
  • É pois lamentável que neste forum ... se assista ao .... mobbing e o haressement, instigado e organizado, persegue-se incontidamente, faz-se assédio e a tentativa de assassinato de caracter, com insinuações, acusações, e dislates descontrolados que constituem crimes, e sao impensaveis entre pessoas civilizadas, e num Estado de Direito. De fcato não se ve elevaçao nas trocas de ideais e impresoes, assiste-se ao ataque pessoal gratuito, com o unico objectivo de achincalhar.
  • ... Sempre os mesmos, sempre a mesma assuada, sempre a mesma concertação, sempre a mesma associação criminosa. É tempo de quem assim procede consultar urgentemente um advogado para ser aconselhado, enquanto não apaga os seus posts incriminadores.

De todo este arrazoado, que já começa a ser repetitivo, releva a questão da presença ou não de Ruy Figueiredo na audiência que a Comissão de Turismo da Assembleia da República concedeu à Federação de Campismo em 2005. A questão não teria qualquer interesse, não fosse o facto de ela colocar à prova o carácter das pessoas envolvidas. Alguém nesta história está a mentir. Alguém nesta história se está a comportar para além dos limites do tolerável.

Quem não esteve na audiência da AR fui eu, que à data não era sequer dirigente do CPA. Mas, sentado no sofá da minha própria sala, recebi cópia da documentação ai distribuída e ouvi da boca do presidente do CPA o relato pormenorizado do que na AR se passou. Passaram 4 anos e porventura Ruy Figueiredo perdeu a memória dos factos. Os mesmos factos que com assinatura do CPA foram assumidos no Fórum do clube quando ai se escreveu: Há cerca de um ano, no dia 12 de Julho de 2005, o Presidente do CPA integrou uma delegação chefiada pela FCMP que foi recebida na Assembleia da República onde apresentou uma proposta legislativa sobre autocaravanismo.

Apesar desta informação oficial do Clube no fórum ter 2 anos e meio, nunca Ruy Figueiredo sentiu antes necessidade de negar que tenha estado na AR integrado na delegação da FCMP. Então porque haveria agora de concluir que o que de mais importante tinha para dizer ao sr. deputado Mendes Bota era de que nunca tinha estado na AR? Se a isso se resumem as ideias e propostas legislativas do CPA para defender os interesses dos autocaravanistas, mal vai o autocaravanismo.

É sabido que Ruy Figueiredo não tem muitas ideias sobre o assunto, mas nada o obrigava a ir para a AR fazer tais declarações. Se o Ruy queria desmentir que lá esteve devia tê-lo feito no fórum do clube (que foi onde a questão surgiu), não na AR.

Com estas declarações Decarvalho pode agora entregar-se à arte da mistificação em que é GrandeMestre e dizer que a Acta da AR prova que Ruy Figueiredo não esteve lá porque “a AR não falsifica documentos”.

Claro que a AR não falsifica documentos, mas também não prova nada do que tem vindo a ser dito. Simplesmente a Acta é imprecisa, pois não identifica quem esteve realmente presente. Diz, estiveram presentes: o Presidente e o Vice-Presidente da FCMP, além de outros elementos da Direcção.

Quem eram os outros elementos que os srs deputados tomaram por elementos da Direcção da FCMP? Um deles era Ruy Figueiredo, que esteve presente na reunião mas que a FCMP desconsiderou quando nem sequer o apresentou, ao passo que o Presidente do CPA também não tomou a iniciativa de o fazer e só pontualmente usou da palavra para esclarecer uma dúvida suscitada por um deputado.

É forçoso perguntar: porque fez agora Ruy Figueiredo estas declarações, que nem correspondem à verdade nem têm qualquer interesse para a defesa do autocaravanismo?

Não há outra resposta para a questão que não seja esta: para permitir ao Decarvalho vir para a praça pública fazer chicana com a questão, usá-la como arma de arremesso contra mim. Ou seja, Ruy Figueiredo em vez de ir à AR defender os interesses dos autocaravanistas foi lá para se prestar a este papel humilhante de fazer o frete de dizer aquilo que lhe encomendaram. Sacrificou os interesses do autocaravanismo à baixeza das questiúnculas da vaidade pessoal.

É esta a dura conclusão, e é precisamente por isto que a questão da presença ou não do CPA na AR em 2005 é da maior importância. Ruy Figueiredo desceu baixo de mais, deixou-se instrumentalizar e esqueceu-se das responsabilidades inerentes ao cargo que ocupa para se permitir entrar no jogo do vale tudo, não importa como se lá chega, o que importa é que se chegue.

Fico profundamente triste com isto.

Consigo aceitar que no meu Clube haja pessoas que se não sabem comportar e que passam o tempo a cuspir no prato da sopa. Mas não consinto que se sentem à mesa comigo.

Consigo aceitar que o Presidente do meu Clube seja uma pessoa sem algumas das qualidades e competências que o cargo reclama.

Consigo aceitar que o Presidente do meu Clube não tenha a visão estratégica necessária para conduzir o autocaravanismo pelos trilhos ambiciosos que eu gostava de ver trilhados.

O que eu não consigo aceitar é que o Presidente do meu Clube se sente à mesa com as tais pessoas que cospem no prato e tudo têm feito para se servir do Clube em vez de o servirem.

O que eu não consigo aceitar é que o Presidente do meu Clube se preste a comportamentos de baixo nível moral.

O que eu não consigo aceitar é que, pela mão do seu Presidente, o meu Clube aceite ser tratado em pé de igualdade com organizações virtuais e fantasiosas sem qualquer legitimidade democrática, humilhando, descredibilizando e arrastando para o lodo lamacento todos aqueles que dão a cara pelo Clube.

É pois um imperativo de consciência que conclua que o CPA deixou de ser o meu Clube, pelo que aqui torno pública a minha demissão de sócio.

Acreditem companheiros, é com tristeza que o faço!

Raul Lopes

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